sábado, 3 de novembro de 2012

A cidade de Luis Gomes foi destaque No Jornal Nacional da Rede Globo de ontem

Moradores de um município do Rio Grande do Norte não tem água na torneira de casa há um ano.

No Nordeste do Brasil, milhões de pessoas sofrem com a pior estiagem das últimas décadas. Num município do Rio Grande do Norte os moradores convivem com a falta d´água há doze meses. Isso mesmo: um ano sem água na torneira de casa.
Caíque sonha com banho de chuveiro. "De sentir a água na cabeça e molhar o meu corpo", conta Caíque, 7 anos.
Por causa da seca, faz um ano que o município de Luís Gomes, no oeste do Rio Grande do Norte, não tem água encanada. Todos os dias, os carros pipa fazem a distribuição em dezoito reservatórios públicos.
Como é pouca água pra muita gente, logo começa o vai e vem de baldes. “Quando a gente chega, tem que ir mais rápido possível, se não chega, fica sem água”, conta Júlio Lopes, aposentado.

Dona Maria lava a roupa, a louça, tudo com ajuda da bacia. A torneira da pia, quebrada pela falta de uso, já nem existe mais. A rotina é cansativa: "Eu sofro de dor de cabeça, tem noite que eu não durmo direito, os braços doidos, a cabeça".
144 dos 167 municípios do Rio Grande do Norte enfrentam problemas em decorrência da seca.
Este ano choveu apenas metade do que era esperado num ano normal: quatrocentos milímetros. A consequencia é que o açude que abastece Luis Gomes está praticamente vazio porque as chuvas foram em pequena quantidade, irregulares e concentradas nos primeiros meses do ano.

Em meio à crise no abastecimento, Marcos é exceção, e lucra com isso. "Nós perfuramos o poço, a gente vende uma, duas, três caixas pra ajudar as pessoas", diz Marcos César Gomes,
Agricultor.
Para o pequeno empresário, um custo alto para manter o restaurante funcionando. "Em torno de 350, 380 por mês", conta Cícero Gomes, empresário.

No posto de saúde e na escola, a água é comprada e chega pelos caminhões. A falta é frequente. "A gente suspende um período da aula, no período vespertino. A gente suspende, dá o lanche e põe pra casa”, explica Ruth Limão, professora.

Uma adutora, que vai trazer água de outro açude, só deve ficar pronta no ano que vem. Até lá, Caíque vai continuar tomando banho do jeito que pode.

  Fonte: Jornal Nacional da Rede Globo

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