O
crescimento desordenado de Mossoró vem causando o desmatamento do Bioma
Caatinga na cidade. A informação é do professor-doutor da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Ramiro Camacho, coordenador do
Centro de Estudos e Pesquisas do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Regional do Semi-Árido (Cemad).
Segundo
ele, um monitoramento realizado pelo Ministério do Meio Ambiente coloca
Mossoró na lista dos 20 municípios que mais desmataram entre os anos de
2002 e 2008. "Mossoró ficou na 16ª posição, enquanto Touros ficou na
18ª posição. Até 2011, 48% do Bioma Caatinga da cidade já havia sido
desmatado", comenta.
O professor explica que o aumento do desmatamento pode ocasionar a
desertificação. "As atividades econômicas e o 'boom' imobiliário fizeram
com que a cidade expandisse para a zona rural, o que vem acelerando o
desmatamento desde a década de 1990", explica Ramiro Camacho.
Restando somente 52% do Bioma Caatinga em Mossoró, o coordenador do
Cemad afirma que a situação é preocupante. "É preciso rever os conceitos
de meio ambiente, de educação ambiental, preservação do rio Mossoró e
matas ciliares. É preciso também a criação e manutenção de manchas
verdes e a criação de parques naturais de forma a reverter esse quadro",
esclarece.
Para o professor, entre as atividades de educação ambiental é importante
desmistificar o Bioma Caatinga. "Nos livros, na música, na escola, na
novela, a caatinga é estigmatizada, associada à pobreza e à miséria. No
entanto, é um dos mais ricos em biodiversidade", afirma Ramiro Camacho.
Sobre o problema do desmatamento e a consequente desertificação da
cidade, o gerente municipal da Gestão Ambiental, Mairton França,
participou, nesta semana, de uma reunião em Brasília com Francisco
Campelo, diretor de florestas do Ministério do Meio Ambiente.
Durante a reunião, foi discutido um projeto de divulgação da
desertificação de Mossoró. "O projeto deverá ser lançado até o final
deste ano para se entender melhor o processo de desertificação", conclui
o gerente.
>> Jornal O MOSSOROENSE
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