Falta de medicamentos, macas
lotando corredores, servidores em greve, esses são alguns dos muitos problemas
que vêm se acumulando não só no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), como
também em outras unidades da rede pública de saúde do estado. A saída do médico
urologista Domício Arruda da titularidade da Secretaria Estadual de Saúde
Pública (Sesap), apenas consolidou o que a população potiguar e, desde a última
terça-feira, o Brasil inteiro já sabe: a saúde pública do RN está em crise.
O Diário de Natal esteve
novamente no Walfredo Gurgel na manhã dessa sexta-feira (04), onde constatou
que a falta de medicamentos tem levado a população ao desespero. Como relata
Auxiliadora Medeiros, que está acompanhando um familiar desde quarta-feira no
hospital. Ela procurou a reportagem para registrar o descaso com que vem sendo
tratado seu caso. Para diminuir a gravidade do quadro de seu parente, que tem
problemas hepáticos e há três dias sofre com dores e expele sangue pela boca,
Auxiliadora diz que teve que comprar a medicação indicada (Dramin e Albumina
humana - ambos oferecidos gratuitamente pelo SUS), pois os remédios estão em
falta no HWG. "Se daqui para amanhã, ele não for transferido, ele vai
morrer", fala emocionada Auxiliadora.
O Walfredo Gurgel é a maior
unidade hospitalar do estado e atende mais de mil casos por dia oriundos de
todo o RN. Quanto à falta de medicamentos, a assessoria do hospital alega que
repassa semanalmente as demandas do HWG à Unidade Central de Agentes
Terapêuticos (Unicat), sendo de competência da Unicat enviar todos os
medicamentos solicitados na lista.
Indefinição
A Sesap foi procurada pelo Diário
de Natal para posicionar-se sobre a crise na Saúde. Entretanto, de acordo com a
assessoria, a secretária interina da pasta, Dorinha Burlamaqui, precisa de
tempo para se inteirar sobre questões administrativas da Sesap, que competiam
apenas ao ex-secretário Domício Arruda, mas que em breve a imprensa poderá
contar com suas declarações.
Sobre a escolha de um novotitular
para a pasta, a assessoria disse que a governadora Rosalba Ciarlini esteve com
a agenda cheia durante a semana e que ainda não havia se reunido com o seu
gabinete para discutir um novo titular para a Sesap. A assessoria ressaltou que
a saída de Domício foi por decisão própria do secretário e que não houve
retaliações por causa da repercussão da crise da saúde na imprensa nacional.
A própria assessoria demonstrou
pouco conhecimento sobre os desdobramentos da situação no Walfredo Gurgel.
Questionada sobre o quadro do hospital, a assessoria perguntou como estava o
local na manhã dessa sexta, se haviam muitas ambulâncias paradas e se eram
muitos os casos vindos do interior.
Fonte: DN Online
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