Brasília – Após
reunião com os secretários estaduais de Educação, o ministro Aloizio
Mercadante anunciou que será firmado um “pacto nacional” com os governos
estaduais para melhorar a qualidade do ensino médio. A iniciativa surge
uma semana depois da divulgação dos resultados do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que, no ensino médio,
indicaram resultados insuficientes. O ensino médio é considerado o
“gargalo” da educação básica, por registrar altos índices de abandono e
reprovação, além de problemas na aprendizagem.
De acordo com
Mercadante, será formado um grupo de trabalho entre os secretários de
Educação e dirigentes do MEC para discutir soluções para essa etapa do
ensino. Um dos focos deverá ser a reforma do currículo do ensino médio. A
crítica é que hoje o conhecimento é apresentado de forma muito
fragmentada aos estudantes – em média são 13 disciplinas obrigatórias. O
debate não é novo. No ano passado, o Conselho Nacional de Educação
(CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que já
indicavam uma flexibilização desse formato. De acordo com o ministro, o
documento servirá de base para o novo modelo.
Mercadante
ressaltou que a reforma não significa que a divisão entre as disciplinas
será abolida, mas que a aprendizagem dos conteúdos será integrada em
quatro grandes áreas: linguagens, matemática, ciências humanas e da
natureza. “Algumas redes de ensino já estão trabalhando por área de
concentração. Isso não quer dizer menos disciplinas ou menos
professores, mas que elas estão integradas em um processo de
aprendizagem único”, disse.
Uma das funções do
grupo de trabalho será levantar as boas experiências já desenvolvidas
nos estados para que elas possam ser utilizadas por outras redes de
ensino. Para a presidenta do Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed), Nilene Badeca, é fundamental que os estados
participem desse redesenho curricular porque são eles que executam as
políticas na ponta.
“A ideia não é ter
um modelo único. A gente vai buscar aquilo que é mais adequado para cada
realidade. Nós vamos trocar experiências para ver o que é melhor para
os estados. Vamos propor e ver o que podemos fazer junto com o MEC”,
disse.
Além da reforma
curricular, o MEC discutiu com os secretários outras ações para melhorar
o ensino médio, como o aumento da jornada escolar e do número de
professores com dedicação exclusiva a uma única escola. Segundo o
ministro, outra ideia é criar um programa de intercâmbio entre diretores
de escolas para que eles conheçam “as melhores experiências de ensino
médio no Brasil a fim de trazer para sua rede”.
Também será
discutida a possibilidade de ampliação do Programa Ensino Médio
Inovador, que atualmente atende a 2 mil escolas. Por meio dele, o MEC
apoia unidades de ensino que queiram desenvolver novos formatos de
organização de ensino médio, inclusive com o aumento do número de horas
que o aluno passa na escola.
>> Agência Brasil
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